e-Fólio B - Psicologia de Desenvolvimento



PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
e-Fólio B
Turma: 11032E10_06
Nome do aluno: Francisco José Oliveira Santos
Estudante nº 800323




1.
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA NO SER HUMANO


Francisco José Oliveira Santos



RESUMO:
            Sendo a infância e a adolescência os pilares que irão sustentar toda a estrutura adulta de um ser humano até à velhice, este ensaio vem referenciar o desenvolvimento físico e sensorial, o desenvolvimento cognitivo e da linguagem e o desenvolvimento psicossocial nas diversas fases quer da infância, quer da adolescência para melhor se compreender em termos de psicologia o ser humano na sua vida adulta até à sua morte.

Palavras chave: Infância, Adolescência, Vinculação, Identidade, Cognitivo, Físico, Psicossocial.




            O nascimento de uma criança no seio familiar é sempre, ou quase sempre, motivo de alegria, quer porque vem dar continuidade a um ciclo de vida que é característico no ser humano – a procriação e por consequência a manutenção da espécie -, quer porque essa mesma criança pode ser o orgulho dos pais, dos familiares ou da comunidade a que vai pertencer.
Tal como, por exemplo, um edifício quando em construção para ser sólido e seguro na sua futura utilização, deverá ser bem construído, com boas bases e infraestruturas resistentes para que não se desmorone, o ser humano também deve ter uma infância e uma adolescência forte, de bons princípios morais e sociais, bem como cognitivos, de forma a poder levar uma vida adulta sem fragilidades ou rupturas.
Para melhor se entender a infância, e a importância que a criança representa no seio familiar ou da sociedade no seu desenvolvimento psicológico, deve-se considerar o seu estudo em três fases, nomeadamente: os dois primeiros anos de vida, o período pré-escolar e o período escolar.
            É nos dois primeiros anos de vida, que a criança quanto ao seu desenvolvimento físico e sensorial tem a sua atividade instintiva como valor adaptativo, uma vez que o mesmo já possui, aquando do seu nascimento, de instintos biológicos e comportamentos muito simples que lhe garante uma adaptação ao meio e à sua sobrevivência, nomeadamente quando chora como forma de protesto ou desagrado em reação a algo que não lhe é favorável (fome, medo, dor, etc.), quando agarra em algo e tenta levar à boca, ou quando pura e simplesmente sorri como forma de criar uma relação com os seus semelhantes. Por isso, “nos dois primeiros anos de vida, e sobretudo, nos primeiros meses, o crescimento  do bebé é mais acentuado do que em qualquer período, abrandando no segundo ano de vida” (TAVARES, 2007, p.44). É também nesta fase que é importante ter em atenção que factores genéticos e ambientais, tais como, a sua nutrição e a atenção constante por parte de quem lhe dá apoio (pais, familiares ou progenitores), nomeadamente quando por exemplo “uma alimentação desequilibrada nos primeiros anos de vida pode provocar um atraso significativo no crescimento e no desenvolvimento do sistema nervoso central (Craig.1996)” (TAVARES, 2007, p. 44).
            É também nesta fase qua a criança desenvolve numerosas capacidades cognitivas como forma de melhor compreender e aprender o meio que a rodeia, nomeadamente usando a inteligência e a memória para a aprendizagem quer da linguagem, quer de outros procedimentos que o levam à sua sobrevivência e ambientação ao meio em que está inserida.  Daí que, “Piaget (1962) considera o ser humano, em geral, e a criança, em particular, como um ser ativo e criativo na construção e interpretação da realidade e do conhecimento, permitindo-lhe uma adaptação cada vez melhor ao ambiente que a rodeia”  (TAVARES, 2007, p. 44), aprendendo assim, através do desenvolvimento sensorial e motor a conhecer-se melhor, bem como ao mundo que a rodeia, nomeadamente o reconhecimento através da tentativa de erro, daí, e segundo Piaget, a criança ter que passar por seis subestádios cognitivos (Reflexos; Reações circulares primárias; Reações circulares secundárias; Reações circulares terciárias e Início de representação simbólica), importantes no desenvolvimento cognitivo, físico e da linguagem da criança.
            O desenvolvimento psicossocial da criança nos dois primeiros anos de vida é fundamental uma vez que a criança começa a perceber que existe um outro meio externo que se diferencia do seu próprio corpo daí que, “ com dois anos de idade, aproximadamente, a criança já tem esboçado um conjunto de respostas perante o contexto social e cultural em que se integra, para começar a formar o que se designa por personalidade.” (TAVARES, 2007, p. 44). É essa identidade entretanto adquirida, que vai permitir à criança responder ao meio que a rodeia através de um combinado de emoções ou comportamentos e marcar para a vida adulta essa mesma personalidade. Uma criança com uma infância difícil marcada por sucessivos problemas psicossociais negativos irá ser um adulto problemático, razão pela qual, é fundamental um bom desempenho quer da família, quer da própria sociedade em que a criança está inserida.
            No período pré-escolar (2 aos 6 anos), “a criança pré-escolar não adquire apenas mais capacidades e informação, como também passa por mudanças significativas na forma como pensa e atua” (TAVARES, 2007, p. 51), ou seja, adquire uma linguagem mais fluente bem como adquire um pensamento próprio menos dependente em relação à pessoa que cuida dela, daí que nesta fase, também importante para a vida adulta, caso a criança seja demasiado protegida ou demasiado reprimida, pode tornar-se um adulto envergonhado e sem pensamento próprio, razão pela qual, nesta fase a relação confiança/desconfiança é importante para a formação do seu desenvolvimento psicossocial, daí que, e segundo Erikson, “as crianças incapazes de resolver os primeiros conflitos psicossociais podem ter dificuldades posteriores em lidar e resolver outros conflitos que surgirão no futuro (Erikson, 1963), pelo que, e segundo Vigosky (1978) embora a criança seja intervenientemente ativa nas suas aprendizagens, é necessário para um bom sucesso, que essas aprendizagens sejam sempre acompanhadas, quer pela presença dos pais ou seus substitutos, quer pela presença dos professores. É também nesta fase etária que surge o tão falado complexo de Édipo ou de Electra, podendo, caso seja mal resolvido, influenciar de forma negativa uma vida afectiva futura.
            Finalmente, no período escolar (6 aos 11-12 anos), a criança está finalmente preparada e disponível para a aprendizagem, onde a mesma interioriza que “os pais são os seus heróis, os professores justos e os amigos leais” (TAVARES, 2007, p. 51), sendo o seu desenvolvimento físico pouco significativo – em crescimento mais lento, contrariamente ao seu desenvolvimento cognitivo onde se acentua uma rápida, maior e melhor aprendizagem dos conteúdos escolares, bem como utiliza com mais facilidade o uso da memória.
            É neste período, principalmente no desenvolvimento psicossocial que a criança estabelece relações de amizade com os pares, quebrando um pouco o relacionamento demasiado agarrado aos pais e à restante família. Esses grupos de pares, constituídos por crianças com idades e normalmente estratos sociais iguais, são fundamentais e primordiais para o desenvolvimento e equilíbrio ao longo da vida adulta – é nesta fase que se fazem grandes amizades - , para além de que “através da amizade, as crianças aprendem conceitos sociais e desenvolvem variadas estratégias de interação social e a sua autoestima vai-se desenvolvendo” (TAVARES, 2007, p. 62).
            Terminada a fase da infância, principalmente da sua vinculação ao meio que a rodeia, quer familiar, quer social, a criança entra numa nova fase da sua vida – a adolescência -, onde na sua fase inicial chamada de puberdade, a criança sofre grandes mudanças físicas, nomeadamente as que dizem respeito à maturação dos seus órgãos sexuais. Porém, para além da evolução orgânica, o adolescente também sofre transformações a nível psicológico e social, sendo essas transformações distribuídas ao longo de três fases etárias; inicial (11 aos 14 anos); Intermédia (13 aos 16 anos); Final (15 aos 21 anos).
            Na fase inicial as transformações orgânicas permitem diferenciar sexualmente de forma visível os indivíduos, como todos nós sabemos. Porém,  na fase intermédia “assiste-se à transição progressiva do pensamento operatório e concreto para um pensamento formal e abstrato” (TAVARES, 2007, p. 70), daí Jean Piaget ter denominado de estádio formal, onde “o adolescente adquire um conjunto de novas possibilidades cognitivas, estas diferenciadas do pensamento infantil e refletindo um maior grau de complexidade, abstração e flexibilidade mental” (TAVARES, 2007, p.70). É, na fase final da adolescência que se dá a maturidade no relacionamento interpessoal, fundamentalmente no seu desenvolvimento psicossocial, sendo nesta fase que o adolescente compreende o conceito que tem de si próprio, ou seja, adquire a sua identidade, daí os adolescentes passarem pela chamada crise de identidade que mais não é do que sentimentos de confusão, ansiedade e orientação perante as múltiplas transformações que os mesmos estão sujeitos (sexuais, sociais e psicológicas).
            Concluindo, para que um ser humano na sua fase adulta consiga ultrapassar determinados obstáculos ao longo da vida, deverá ter passado primeiramente quer por uma infância, quer por uma adolescência, sólidas e bem formadas, daí achar ser importante e fundamental que estas duas fases do ciclo de vida humano sejam importantes para o seu desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial ao longo da vida.

Bibliografia:
Tavares et al. (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Porto: Porto Editora.
Craig, G. J. (1996). Human Development. New Jersey: Prentice Hall.
Erikson, E. H. (1963). Childboad and society (2ª ed.). New York: Norton.


2.
            Esta unidade curricular, sempre despertou em mim grande interesse e enorme espectativa na sua aprendizagem, apesar de no curso que frequento, mais ligado às literaturas (Licenciatura em Estudos Portugueses e Lusófonos), nunca ter imaginado frequentar uma UC ligada à psicologia.
            Para além da experiência da vida que possuo, uma vez que já sou cinquentenário, esta UC ajudou-me a ver melhor o desenvolvimento humano na sua vertente psicológica e como só sei que nada sei, a UC de Psicologia de Desenvolvimento veio acrescentar novos saberes aos meus conhecimentos.
            Sendo uma UC ligada à psicologia, achei interessante que nas tarefas apresentadas fossem introduzidos saberes e conhecimentos ligados às novas tecnologias, embora reconheça que alguns alunos tenham tido dificuldade em trabalhar com determinadas ferramentas (como criar um blogue, criar um Avatar ou um Prezi) que não é o meu caso, que sou informático de profissão, mas achar que essas ferramentas deveriam ter sido previamente aprendidas numa UC ligada às Metodologias TIC.
            Todos os aspectos que constituem esta UC, para mim, foram até agora interessantes e não defraudaram as espectativas que criei nesta unidade curricular.
            Quanto à metodologia utilizada pela professora, achei que foi a mais adequada, para além de fornecer literatura apropriada e necessária às diversas temáticas e de ter procurado manter um dialogo ativo nos fóruns,  embora reconheça e se tenha verificado um certo desalento por parte da professora quando a todo o custo tentava fazer com que os seus alunos participassem mais ativamente nos fóruns e o exemplo mais significativo foi quando, na formação de grupos a dois, eu tive que fazer o trabalho sozinho. Habituado que estava até ao 2º ano inclusive, a ter uma turma muito participativa e unida, apenas dividida quando da escolha dos minores, no 3º ano da Licenciatura de Estudos Portugueses e Lusófonos, confesso que também, por vezes, como aluno, senti esse desalento.
            Gostava de ter participado mais nos fóruns mas sendo trabalhador-estudante, por vezes  as vinte e quatro horas diárias não chegam para tanta tarefa. É necessário muito planeamento.
             Em suma, acho que enriqueci os meus conhecimentos com esta unidade curricular e tudo farei para ter sucesso em termos avaliativos.